"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sexual Criatividade


Minha sexualidade e criatividade se misturam constantemente: me sinto mais criativa quando estou amando, me sinto mais sexual e sensual quando estou criando, manifestando a Deusa que há em mim. Em um desses momentos de forte criatividade, estando com o sangue que verte de meu ventre nos dias sagrados de lua em mãos (literalmente), fiz esta pintura: em homenagem ao meu corpo, ao meu útero, à minha vagina, à minha fertilidade, ao amor que do meu ser emana pelo homem que me faz suspirar, ao ritmo das águas que fluem em meus rios internos, ao prazer do meu toque nos dias de solitude, à mistura de cheiros e gostos nas noites de estrelas cadentes e gozos. Sangue é vida, cor encarnada que jorra de meu templo sagrado: minha sexualidade que emana criatividade, transformando-se em pintura, poesia, canção...É a força vital que mantem meu espírito ligado ao corpo, que me faz humana, que me liga à morte, à transformação, à transcedência, à ancestralidade. É a presença da Deusa que habita em mim: que sou, que fui e que sempre serei!


domingo, 1 de maio de 2011

O Milagre do Parto

Na mulher grávida vejo a mais pura manifestação da vida, da Natureza que é selvagem e repete seu ciclo de semear-brotar-gerar-parir. Dentro do útero matriz, a vida se mantem, se conserva, pulsa conectada por um elo visceral que é metade mãe, metade cria - criador e criatura. As mutações da gestação, sejam físicas ou emocionais, são apenas uma preparação para o momento de fechamento de uma atividade que é puramente sexual - se inicia na descoberta dos corpos, na mistura de fluidos - saliva, suor, secreção - na penetração do falo, no gozo sagrado. Variações hormonais acelera respiração e frequência cardíaca, o muco nos orgãos sexuais é produzido, preparando-se para o ato de entrega: o encontro consigo mesmo através do Outro! Quando adentra o templo sagrado, o primeiro milagre acontece - o Dois volta a ser Um, para de novo ser Dois, e Quatro, e se multiplicar infinitamente, dando forma à vida. E a barriga que é nova, começa seu ciclo crescente, até atingir seu máximo de força quando se assemelha à lua cheia. Quando estiver pronto, o bebê dará seus sinais de que é chegado o momento de vir ao mundo, e a partir daí começará seu processo de individuação; antes intimamente conectado à mãe, agora ele iniciará a passos lentos seu caminhar, pouco a pouco aumentando os passos e adquirindo sua autonomia.
A hora do parto é um momento de transição entre dois mundos: a vida e a morte se encontram de mãos dadas! Pois ao nascer, um mundo se fecha-morre, o mundo quentinho e escuro do útero, para poder dá abertura para que outro viva. Assim, a mulher se encontra no limiar destes mundos - entre o céu e a terra! Se ela se entregar verdadeiramente, poderá concluir também com prazer o ato sexual que se iniciou à 9 meses atrás. Talvez seja isso o mais difícil para a mulher - a entrega! Entrar dentro de si mesma, se manter serena e aceitar a dor, relaxar, encontrar o elo de prazer que existe nesse momento...
Participei do meu primeiro parto à 2 dias atrás! Estava como aprendiz e tínhamos combinado que eu iria apenas observar. Pensava que eu ia ficar nervosa, mas no momento me senti tão à vontade e confortável, que pude ajudar de uma forma que nem eu imaginava. Eu nunca fiquei grávida, nunca vivenciei organicamente o momento do parto, mas consegui me conectar de uma forma tão forte e intensa com a parturiente, entrando em transe com ela durante seus momentos de entrega, que não tenho dúvidas que eles foram essenciais. Ainda estou em êxtase e quando fecho os olhos vejo a cabecinha de Thea saindo dentro da água (o parto foi domiciliar na água), e as palavras de gratidão daquela família ainda ecoam dentro de mim por ter ajudado e ter realmente entendido que este é verdadeiramente meu caminho!
Gratidão à Galina, Alexander e Mia por me permitirem estar presente neste momento tão íntimo deles; GRATIDÃO ETERNA à Regine Marton, enfermeira obstetra, parteira, doula, minha mestra e amiga, xamã de alma, que confiou e acreditou em mim desde o primeiro encontro - foi Xangô quem te enviou! -, Gratidão à Dra. Edilsa pelas palavras de incentivo e pelo trabalho constante e lindo com o parto humanizado na cidade de Natal - RN.
GRATIDÃO à vida por me permitir morrer neste momento sublime, por me fazer perder o fôlego com a magia de presenciar um ser chegar ao mundo de forma tão natural e fluída, respeitando o processo fisiológico que é o parto, e entendendo que acima de tudo este é um momento espiritual, onde o sangue que sai das vísceras vem carregado da sabedoria de nossas ancestrais cheias de forças. Que elas permaneçam vivas!!!!