"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

sexta-feira, 29 de março de 2013

Amor de Árvore


Aqui habita uma sensação estranha do surgimento de algo novo, estranha e reconfortante sensação. Pois ao mesmo tempo que é novo, é também muito familiar, e parece de fato um retorno ao lar. Dias intercalam entre confiança e insegurança. Talvez porque uma bela amiga muleta foi deixada pra trás, e ao mesmo tempo que me sinto excitada por isto, já que há muito esperava por este ocorrido, me bate uma nostalgia de alguém que eu acreditava ser.

Tenho saudades do tempo que fui mata, vento, rio, sol, lua, pássaro, mar. Sinto uma necessidade quase vital de desfazer-me e recompor-me dia após dia. Estive agora conversando com uma amiga, a mangueira que em minha casa habita, talvez a amiga mais presente neste momento de minha vida. É ao som de suas folhas balançando ao vento que me recolho à noite, é com o canto dos passarinhos que nela se aconchegam que acordo de manhã, é no verde de suas folhas que vejo o céu virar musgo, é no doce de seus frutos que amarelo minhas vontades tão verdes, mesmo que queiram ser maduras na maioria das vezes. Conversamos sobre essa coisa de viver, de estar encarnada, de querer virar mata e redemoinho de areia dunar. Gratidão imensa eu sinto por ela, por me permitir encostar o corpo cansado do mundo mundano em seus troncos, e me fortalecer com a sabedoria que há em sua simplicidade de existir. Ser árvore deve ser bom. É, eu lembro, é maravilhoso! Essa coisa de estar ao mesmo tempo dentro da terra e dentro do ar, e não se deixar cair mas ainda assim se permitir voar... 

Eu tenho me sentido um pouco árvore esses dias. Mesmo em dias de ventania, se caso minhas folhas caiam e só flores permaneçam à vista como meus amigos Flamboyants, as raízes estão firmes e bem ancoradas no que há de mais sólido - a terra! Êh, terrinha sagrada essa! Que tudo dá, sem pedir nada em troca. Que tudo recebe, nos acolhendo com amor mesmo quando damos injúrias e desrespeitos. Não há maior prova de amor, não há, e venho me espelhando nessa dança de amor da natureza a cada volta circular do avô sol. 

Eu Sou Amor! Sou como nunca fui ou como nunca tive consciência de sê-lo. Amo como nunca amei. E só podemos dar ao Outro áquilo que possuímos no mais interno de nós mesmos. Antes eu dava na busca de preencher o vazio que habitava meu ser. Hoje eu dou porque estou abundante por dentro. Assim, o fluxo energético se faz sem que haja razões para estar carente do que habita fora. É tão bom compartilhar com o Outro, mas melhor ainda é poder compartilhar consigo mesma e ainda assim sentir o Outro próximo, mesmo que não presente fisicamente. Nos fusionamos constantemente, nos mesclamos, nos misturamos, mas é sábio saber separar o joio do trigo - o que é seu, é seu, e o que é do outro, só a ele pertence. Que não esqueçamos de honrar as presenças divinas que somos e se espelham em cada ser de luz que por nós passar, e que tenhamos o respeito e o cuidado como norte para criar terreno fértil para o amor germinar e frutificar. Pois como as nossas irmãs árvores, filhas da Grande Deusa, também o somos, e só cabe á nós fazermos nosso poder interno ecoar e ser vida aqui e agora!

Aha! Assim é, assim é, assim é!

segunda-feira, 25 de março de 2013



A lua já arrendodou-se no céu
Pouco a pouco, um halo de luz arco-íris cresce
E cresce, até não mais poder encher
Eis que nesse dia, mulheres se reúnem
E cantam, e dançam, e se unem
Fazendo neste agora uma nova Terra nascer.


TE ESPERAMOS!!! 

;)

terça-feira, 19 de março de 2013

Os olhos da Deusa

Força uterina, sensual sexualidade sagrada
Sacra que és, traga a luz de volta pra casa
Aqui onde tu sempre adormecida habitastes
Nesta alma ancestral que agora renasce

Com mãos enrugadas teço uma colcha de retalhos
Onde não há furos, nem corpo em frangalhos
Mas sim poesia à luz de um verde flexível e celeste
E um laranja flamboyant mais que pôr-do-sol do oeste 

Heresias, mas não há rancor, só amor, amor
Enxergo o mundo em tapetes de nuvens furta-cor
Se me enebrio com visitas de saguis na janela
Onde eu estava antes, se não procurando por Ela?

Encontrei-te, poderosa inteligência corporal
Eu te honro, Deusa formosa da causa primal
Suba, inunde-me, e me permita elevar-se
Serpentei em meu corpo e meus pêlos embriague

Rodas giram em espirais neste uni-verso de versos
Se a espiritualidade me trás de volta, não nego:
Que o serviço seja feito, que os dias se abarrotem de beijos
E que os olhos da Deusa me permitam enxergar além dos desejos.







terça-feira, 12 de março de 2013

e que bom seria se assim eu visse o mundo todos os dias...


Cores se mesclam no céu e a vida dos seres inanimados aparece, saltando os olhos. Parede, prédio, carro, faixa, cadeira, banco, tudo ganha um toque especial, vira poesia ou algo do tipo. Não sei se de fato é, ou os óculos que optei por usar os fazem assim, mas a verdade é que a vida aparece nos lugares mais inusitados quando estamos presentes e atentos. Para além do verde das árvores, dos pássaros cantando, das flores que se destacam no meio do cinza, o próprio cinza ganha cores – tons de laranja, amarelo, azul e lilás. Em dias de sol se pondo (e que bom que são todos os dias!) um amigo me descreve em detalhes a vida que via nas cores. Sem olhar para o céu, de olhos fechados e sentada na beira do mar, sentia meu corpo arrepiar com a imagem que criava (e como é bom criar imagens!). Tem dias que vejo com os olhos da alma (e que bom seria que fossem todos os dias!)! Aqueles olhos para o qual não há óculos nem lentes, apenas a serenidade de olhar para o horizonte de prédios enfileirados e ainda assim vê e sentir a beleza cortando da ponta à ponte, a urbe agitada. Os olhos da alma vão além do físico, eles além de ver, sentem, tocam, e sempre beijam por onde seus cílios passam. Eu adoro olhar com os olhos da alma. Eu adoro quando eles se sobressaem à razão, e no silêncio mostram sua sabedoria – a contemplação tão necessária em dias acelerados, as pausas de Carlos Drummond que nos permitem sentir o alaranjar de cada coisa viva e morta nesta terrinha. É, eu gosto dessa coisa de viver! Inefável ter a possibilidade de fazer/ser diferente a cada sol nascente - sol poente. Indescritível ter a honra de ver/sentir/quase tocar luas nascendo, mar-imensidão, cantoria de passarinho, asas de borboletas batendo (e que bom seria ouví-las!), chuva caindo lá fora, desabrochar de flores de dentro e de fora. Me falta palavras e elas nunca poderiam descrever a gratidão que inunda meu ser! Mãe Divina sabe, e eu sinto a presença Dela todo dia se manifestando por meio dos sons, cores, sorrisos e situações que se apresentam, para que eu lembre sempre do que é essencial e esqueça o que estiver me levando em caminhos que divergem do Amor. Pois é a vida manifestação constante do Amor Divino, dentro e fora de nós!