"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

quinta-feira, 3 de março de 2011

Resgatando o Ancestral em Mim

Um dia estive por aqui falando sobre coisas do coração, mesmo sem saber que as tais coisas que me eram inspiradoras para escrever eram mais ligadas à mente do que ao corpo, porque durante muito tempo desta encarnação eu estive completamente desconectada de mim mesma, de minha essência de mulher, de minha fêmea interna.
A alguns anos atrás eu acreditava que o amor vinha de fora, eu acreditava que alguém poderia me fazer feliz, e sofri muito quando percebi que a felicidade que me foi dada pelo Outro, foi também levada quando Ele se foi. Na realidade isto foi a grande porta de libertação para o encontro do amor por mim mesma: esse amor que é orgânico e inato de todo ser vivente; o amor que nos faz ser parte do Todo e que nos faz também ser o Todo em si, pois é a linguagem de conexão com o macrocosmo que carregamos dentro de nosso universo individual: o corpo que é veículo para o espírito, nossa essência ancestral.
Encontrei minha ancestralidade na re-conexão com meu corpo, que é templo sagrado de minha mais pura essência divina! O corpo traz registrado em suas células memórias de toda nossa vida; sentindo-o, temos a oportunidade de resgatar tudo àquilo que reprimimos sentir conscientemente. Sendo nutrido pelo sangue, no corpo reside nossa memória genética: registros silenciosos que esperam o momento certo para serem ativados. É através do sangue que o Sopro vital pode circular no corpo, oxigenando-o: o Sopro que vem do alto, interioriza-se através da respiração mecânica, e alcança àquele Universo Individual que imita o padrão do Universo Celestial. Somos Criador e Criatura, e, assim, carregamos todo o poder de criar e materializar o Céu na Terra!

Eu, enquanto mulher, encontrei no meu corpo, nas minhas emoções e, especialmente, no meu ciclo menstrual, o caminho de conexão com meu feminino e com minha sexualidade, desconhecida e silenciada durante tanto tempo. Como toda fêmea da Natureza, nossos corpos seguem um ritmo, que é o da própria Natureza em si. Há um padrão energético que se repete em ciclos, que vai desde micro à macrociclos. Há os ciclos diários de nascer e pôr-do-sol, assim como há os ciclos de acordar, comer, dormir à nível corpóreo. Há os ciclos lunares de lua nova-crescente-cheia-minguante, assim como há os ciclos menstruais, de variações emocionais e de períodos de abundância-escassez. Óbvio que enquanto indivíduos únicos, possuímos o nosso ciclo interno individual, mas o padrão da Natureza está inato em nossos corpos-templos. Se entendermos a Terra como um grande organismo vivo, somos pequeninas partes deste Todo, que co-existem sincronicamente, mesmo que insconscientemente, para manter o equilíbrio energético. Trazer à tona para a consciência tal responsabilidade enquanto seres humanos do/no mundo nos permite despertar para o nosso papel de protagonista no processo de mudança.
Para mim é muito significativo, no sentido maior de existir neste aqui/agora, entender a Terra (e aí entenda-se a Natureza em si) como uma manifestação da energia feminina vital de criação, como a Grande Mãe que tudo provê, que acolhe, que amamenta, que engravida, que embala, que cria, que intui, que é criativa em suas formas e cores. Se existe um Deus (energia masculina), há também uma vibração feminina manifestava no poder da Deusa! E nós, mulheres, somos sua imagem e semelhança, somos suas filhas no mais orgânico que isto possa significar: em nossos ciclos internos que se sincronizam com os ciclos naturais; em nossos ventres que são férteis e possuem o dom de gerar; em nossa criatividade e intuição que é inata. Trazemos em nossa psique as várias facetas da Grande Deusa, por isto somos esse turbilhão emocional, essa mutação diária, esse caldeirão em plena ebulição!
Resgatar os vários rostos destas fêmeas que residem dentro de cada uma de nós em um mundo patriarcal e machista, onde valoriza-se mais o intelecto que o corpo, onde as mulheres silenciam seus ritmos internos com tampões e cheiros artificiais, é um grande desafio. Talvez a Mãe Divina esteja nos enviando sinais, por meio de inúmeras alterações à nível da matéria, de que é chegada a hora de mudarmos nossa relação com a energia feminina que em nós reside, para assim resgatarmos o equilíbrio entre as duas forças primordiais que compõem o Universo. Ao voltarmos pro corpo, encontraremos a grande luz que reside em nós mesmas! Muitas mulheres nem imaginam o potencial que possuem a um passo de suas próprias mãos, residindo em seus úteros muitas vezes tão maltratados! Os homens também possuem tal força energética dentro de si e precisam resgatá-la, pois por nosso padrão cultural, a negam, assim como a maioria das mulheres o fazem. No entanto, possuímos um lembrete mensal da manifestação do feminino dentro de nós: o sangue menstrual que, mesmo que tentemos ocultá-lo, estará ciclicamente retornando, nos fazendo voltar pro corpo.
Eu estou descobrindo através de sinais enviados pelo meu próprio corpo que possuo um padrão interno, e que uma forma de me conectar fielmente à ele é através da reconciliação e aceitação de minhas emoções, entrando assim em sintonia comigo. Abraçando a Filha que ainda sou, com os braços da Mãe que busco ser: Mãe de mim mesma!


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