São muitas as bandeiras hasteadas pelo mundo: partidos políticos, crenças religiosas, Ongs apartidárias (mas que tomam partido de algo), filosofias de vidas, etc. Somos diversos e assim o é também nossos processos enquanto sujeitos nas escolhas dos vários objetos possíveis de serem escolhidos, os vários caminhos a ser seguidos.
Me atrai usar o termo 'coloridos' para acalhentar meu coração quando me sinto tão distante de alguns e tão próximos de outros. Não que eu quisesse que fôssemos iguais em tudo, cores, crenças, gostos, mas partindo da máxima que somos imagem e semelhança do Criador, penso que deveríamos ser mais sinérgicos, não? Ou pelo menos estarmos caminhando por estradas diferentes mas com o foco consciente em um próposito comum. Mas não é bem essa a regra que dita o mundo, porque definitivamente não estamos conscientes. Nos afastamos de nós mesmos enquanto ser divino e focamos no ser egoísta, querendo o poder acima de qualquer ser vivente. E uso o pronome Nós porque estamos todos assim, afinal, fomos milimetricamente programados pela estrutura sócio-cultural que vivemos para reproduzir tal padrão, e mesmo que eu queira estar a todo instante deste aqui/agora consciente, minha mente insiste em seguir o que me foi ensinado. Aliás, eu simplesmente não estou consciente de nada, eu penso que estou, e ao pensar, nada se transforma! Mas mesmo assim, existe algo cá dentro que sinto estar lantente; e ao sentir, a transformação começar a acontecer; ao sentir e confiar no que sinto, sigo o caminho que é meu neste mundo, com convicção de que faço as escolhas acertadas pra mim, pro Outro e pro Todo. Ok, você me pergunta, como pode estar tão certa disso? Eu simplesmente não sei, porque sinto e não há meios de traduzir isto em palavras! Quando meu corpo fala e eu o escuto, quando meu coração acelera de excitação ou se angustia com alguma decisão, são sinais que minha Deusa interna me envia, e eu estou aprendendo a escutá-los, mesmo algumas vezes não o fazendo, mas tudo existe pro aprendizado.
Durante algum tempo eu quis mudar o mundo, agir pra mudança do Outro, minimizar a dor que pulsa por toda parte; e ainda o quero, mas mudei a estrada à caminhar: não acredito mais que seja pelo Outro que a mudança se inicia, mas sim por mim mesma. Óbvio que a compaixão existe, pois não dá pra olhar para as injustiças e simplesmente fingir que elas não estão aí, em cada esquina, mas a principal ação que tento focar é na minha, afinal, eu tenho sido justa em minha prática, comigo, com o Outro e com o Todo? Minhas ações, pensamentos, olhares, sentimentos ferem a mim e ao Outro? Porque se eu conseguir fazer a qualidade de vida de uma comunidade inteira mudar mas a minha própria permanecer estagnada, o sentido se perde. Claro que não quero aqui justificar possíveis comodismo e nem estimulá-lo em ninguém, não é questão de cruzarmos o braços e deixar que tudo mude por si só, pois 'se Deus quis assim'... Não! Deus (ou o que quer que você creia) pode até ter um plano milaborante por trás disso tudo (e eu creio que tem), mas nós somos protagonistas neste plano, e a inquietude é fundamental para nos encaminhar à ação. Acreditem, as pequenas atitudes são tão importantes quanto as grandiosas! (Talvez mais, eu diria!)
Eu acredito no Caminho do Coração, que toma o corpo de sensações, guias fiéis dos próximos passos a seres dados. Acredito no caminho da intuição, no caminho da intenção, no caminho de 'mão com mão', porque juntos somos muito e mais. Acredito no Caminho do Amor, que não necessariamente é ausente de dor, mas é repleto de sinceridade com nossos mais íntimos quereres, com nossas emoções mais fortes, sejam doloridas ou não, elas precisam ser incondicionalmente sentidas. Acredito no Caminho do Mínimo Esforço, pois quando estamos trilhando nossa estrada, tudo é fluido e orgânico e isto não significa que não há trabalho, pelo contrário, quando caminhamos pelo nosso verdadeiro caminho o labor é constante, pois as portas estão sendo constantemente abertas pelo Universo: tudo aquilo que se pede, se recebe, mas no momento certo. Acredito no Caminho da Aceitação, não aquela aceitação de comodismo, da manutenção da 'zona de conforto' tão confortável, mas sim a aceitação dos meus próprios processos como elementos chaves para o auto-conhecimento e crescimento espiritual; a aceitação de que cada um está no mundo da forma que tem que está, que somos nós que criamos nossas realidades e, assim, somente nós mesmos podemos mudá-las. Acredito que viemos das estrelas, que estamos aqui apenas nos re-encontrando e, por isto, somos diversos, coloridos, vários caminhantes em busca de re-encontrar irmãos de outros planos; vários caminhantes à procura de seu caminho neste mundo de muitas cores! Pensando assim, aprendo a respeitar mais o Outro, entendendo que, mesmo que não saibamos conscientemente, estamos todos em busca do mesmo alicerce.
Esteja certo, se você ainda não encontrou a sua estrada, o Universo inteiro está vibrando pra que isto aconteça; e quando acontecer, a dança vital irá começar: coisas absolutamente incríveis passarão a ocorrer em sua vida e ela será um supreender constante, um gozo diário! Confie, peça e receberás! E depois agradeça, agradeça, agradeça...
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