"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vida-Morte-Vida


Não tenho tido inspiração pra escrever, e me pergunto: pra onde está indo o meu poder criativo que ora transborda feito avalanche, ora seca feito chão rachado do sertão? Existem várias maneiras de criar, e criando o Outro (pessoa, objeto, pensamento, emoção), nos criamos juntos. Quando me encontro em dias escuros, onde os pensamentos estão confusos e as lágrimas vertem dos olhos feito cachoeira no Cerrado, me sinto também criativa, mesmo que no momento da vivência a negação exista - abre-se o chão, eu me afundo mais, enquanto a morte se encontra no canto do quarto, risonha, me seduzindo à dançar. Eu reluto à morrer, mas quando morro, me crio tão fantasticamente, feito Deusa grávida que dá à luz ao seu consorte, fazendo em seguida amor com ele, gerando vida! A morte é criação!
Nos últimos meses tenho morrido diariamente! É como se estivessem apertando o cordão umbilical que permite que o sopro vital entre em minhas entranhas, é como se estivessem arrancado de mim uma parte da placenta que nutre o ser que estou constantemente gestando, é como se algo duro e frio empurasse minha barriga em forma de lua cheia, impedindo-a de crescer mais e mais e mais.
O amor me torna grávida: de vida, de morte, de riso, de lágrima, de gozo, de dor. Sou um turbilhão de sensações e, mesmo que eu tenda a não sentí-las como elas merecem, nos dias de escuridão é como se algo estivesse sendo tirado de mim, me sinto vazia, nua, crua, dilacerada. Quando o dia vem chegando e os primeiros raios de sol tocam meu corpo desnudo, me excito ao me supreender com tanto amor que habita o vazio do meu ser-existir. O amor que é dor, que é distância, que é morte, que é negação, e que também é o oposto de tudo isso!
A loba que me habita sabe por onde caminhar, sabe como agir, sabe porque chora; ela é intensa, forte, capaz, selvagem. Ela sou eu, é minha carne, meu sangue, meu ventre, meu coração, minha psique, minha alma. E ela quer voltar a uivar, correr nas matas de minhas entranhas e beber água dos rios de minhas veias que pulsam morte e vida. Como posso negá-la isso?
Não consigo, me entenda, eu não posso negar a mim mesma o direito de morrer e de viver! Não é falta de amor, é amor desmedido! O nosso amor que habita meu ventre e quer explodir em milhões de constelações, em várias sensações, em múltiplos corações. Ele quer se salvar, acredite!

Um comentário:

Quem? disse...

Morre e vive
que todo dia és Bia.
Seca ou cachoeira és o amor estrela que salta que nem pipoca alegre
E toca pandeiro
é o mundo inteiro.
Morre e seca para que a chuva
lembre que és poeira,
lama
e teu cordão volta a passar vida.
Somos morte e vida,
Beatrina