"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

domingo, 4 de setembro de 2011

Menarca

 O ciclo da mulher, que antes era menina, se inicia com a cor encarnada do sangue. 
Seu útero cheio de vida chora, não de tristeza, mas de alegria, ao celebrar o começo de um novo caminho repleto de rosas vermelhas, cheio de perfumes e às vezes espinhos.


Muitas pessoas desconhecem a palavra Menarca, mas é assim que chamamos o momento da primeira menstruação de uma mulher. Na sociedade moderna tal período é visto apenas biologicamente, onde a menina deixa a infância e inicia a vida adulta e, assim, seu ciclo reprodutivo. Ocorre variações hormonais que maturam os folículos ovarianos em óvulos; devido a não fecundação dos mesmos, as paredes do útero (endométrio) que estavam se preparando para receber o óvulo fecundado descamam, e é exatamente daí a origem do sangue menstrual. Os valores patriarcais deturparam a sacralidade da menstruação e colocaram-na como um período de impureza da mulher, causando muitas vezes vergonha por parte das meninas durante a menarca. 

Em algumas sociedades tribais, por sua vez, onde tais momentos de transição eram considerados sagrados, haviam rituais de iniciação e celebração para honrar o sangue e o início de um novo ciclo. As meninas se isolavam com as mulheres maduras para serem orientadas sobre os mistérios e segredos que rondam o sangue menstrual, e no retorno eram acolhidas por toda a tribo com festejos. A partir daí, tais mulheres poderiam se juntar às outras durante seus períodos em tendas (Tendas da Lua, Tendas Vermelhas, etc), onde permaneciam em isolamento, devolvendo seu sangue pra terra, tecendo, massageando umas às outras, passando à sabedoria ancestral das mais velhas para as mais novas e recebendo mensagens dos outros planos. Para estas comunidades, as mulheres possuíam um poder especial neste período e, assim, estavam fortemente intuitivas e capazes de se conectar com forças do além. Nós, enquanto mulheres maduras e sangrentas à mais tempo, podemos sim resgatar tais costumes celebrando a menarca de nossas meninas como um momento de especial força, onde o amor da Grande Mãe está brotando de seus úteros, permitindo que elas amadureçam pouco à pouco neste caminho do Ser Feminino. 

Ontem eu celebrei a menarca de uma bela menina! Presenteei-a com uma pedra (representando a pedra da menstruação) que eu trouxe do Lago Titicaca, na Bolívia, um dos lugares mais lindos e poderosos que já conheci. Ela também recebeu flores, chocolates e vários bilhetes de incentivo à alegria e orgulho por este momento sublime e cheio de vida. Mesmo estando longe, eu espero que ela tenha se sentido acolhida, amada e nutrida por todas nós, as mulheres de sua família!!!



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