"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Rio que em mim corre...

Existe um rio que corre em mim e ora seca, vira córrego, ora enche, vira enchente. Ele - minhas emoções, meus sentimentos, minhas lágrimas, minha saliva, meu sangue (menstrual, visceral), minha libido, minhas secreções vaginais, minha criatividade, meu inconsciente - é tudo que sou, tenho e carrego de mais ancestral, o quê me conecta com a Terra e todos os elementos que a compõe. É a manifestação mais fidedigna da Deusa, da fêmea, da loba, do selvagem; é a lua que me rege por dentro e, por isso, se integra de ciclos e não-linearidade. A inconstância que sou vem das águas que também sou - e que se moldam, se doam, se retraem. Mesmo quando calma e aparentemente estática, estão em movimento: desde o mais profundo de mim as partículas iniciam uma dança, até surgir como ondas na superfície. Eu posso ser cruel, derrubar árvores e casas (inclusive a minha) com a força de minhas águas; mas também posso ser suave e fazer amor com as pedras que me habitam, acariciando a dureza e imperfeição que sou.
Sou um fluxo constante e mesmo quando calmo, a correnteza que há em minhas águas não permite que elas se represem, parem. Fazer isto seria como afogar-me, matar-me aos poucos, tirar o oxigênio que necessito pra viver. As minhas águas precisam de movimento, precisam transbordar e seguir em busca de novos rios, precisam esquentar-se com os raios do sol e não manter-se gélida, dura, intransponível.
Não me peça para ser pela metade, eu não sei ser assim. Preenchido de água ou de ar, meu cálice interno só consegue existir a partir do limite de suas bordas ou para além delas, nunca menos que isso. Esta sou eu, quer você queira ou não! Me pedir para dosar à conta gotas o meu amor é como me pedir para represar o rio que sou; e eu não quero e não acredito que o meu rio tenha que deixar de fluir. Mas minhas águas a partir de agora voltarão a fluir rumo às florestas quentes e úmidas onde habitam minhas raízes, bem longe das montanhas frias e secas de suas origens.


Foto: Gustavo Paterno - www.midiativismo.wordpress.com

2 comentários:

Regine Parteiranagua disse...

Eta loba selvagem,,, nao e qualquer um que pode te entender e aproveitar..

muitos beijos de hermana..
Parteiranagua

Jana disse...

Talvez vc deva fluir pra dentro do lago parado, pra saber pq vc tem medo dele. Não corra das águas frias da montanha (a gnt sempre volta pra nascente lá no alto), nem se esconda nas águas ligeiras das florestas.
Se encontre nas águas paradas do lago que vc evita!! Vaculhe cada centimetro desse marasmo. Aprenda com anóxico. Talvez vc se supreenda e encontre paz, luz e ar no fundo de um lago parado. Lumus