"É tempo de se falar, mostrar e compartilhar o conhecimento das mulheres, de uma maneira mágica, mística. É tempo de as mulheres descobrirem mais sobre seus próprios mistérios - seus processos de mesntruação e nascimento e os ciclos de suas emoções. É tempo de compartilhar isso com os homens. Muitas mulheres dizem: 'O que posso compartilhar? Eu mesma não compreendo.' Bem, é tempo de elas se voltarem para dentro de si mesmas e dizer: 'O que é isto que estou sentindo? Se tivesse de explicar a alguém o que é ser uma mulher, o que diria? O que posso fazer para me tornar mais como deusa num corpo de mulher - mais uma criadora de magia?' A Deusa interior é aquela que sabe - que leva informação de um sistema para outro."

Terra: Chaves Pleiadianas para a Biblioteca Viva - Barbara Marciniak

domingo, 11 de setembro de 2011

Cestas de Carga


Mais uma vez venho lhes falar de teias, tramas. Além das pontes conectivas que criamos e alimentamos neste mundo da matéria, há ainda as teias que trazemos de nossa trajetória espiritual, e que por sua vez se refletem aqui; assim, vendo em uma ótica holística e inteira, podemos falar em teias conectadas pelo mesmo fio condutor. Imaginem vocês que depois de 3 anos da minha vida pedindo quase todo santo dia à Deusa para que minha missão nesta encarnada me fosse apresentada, eis que estou bem diante dela e mais uma vez tive uma prova de que o caminho é este e preciso me entregar, confiar, aceitar e agradecer, agradecer. Não que antes eu não acreditasse nos sinais que a Vida constantemente me manda, mas acho que a dificuldade que eu tenho em assumir compromissos me coloca sempre a deixar um pé enraizado e o outro alado, pronto a lançar vôo.  

Me mudei para um lugar tranquilo, a duas quadras do mar. Hoje acordei cedo, vi o sol nascendo no mar da minha cama, e depois fui banhar meu corpo com seus raios na varandinha do meu quarto. Eu me identifico com as casas perto da prainha porque elas parecem leves, sem muito móveis, e eu sempre gostei de poucos móveis na casa; gosto de improvisar armários com caixas e prateleiras com madeiras que encontro por aí. Prefiro as coisas á vista, perto de minhas mãos, fáceis de pegar; e geralmente mudo tudo de lugar a cada mudança de lua.  Eis que vim parar em uma casa já mobiliada, com móveis de madeira pesados e difíceis de locomover.  Minhas coisas agora estão a maioria dentro de armários, longe dos meus olhos, escondidas de mim mesma. Costumo sempre fazer leituras simbólicas das situações em que me encontro e acho que é hora de enraizar e vasculhar o que há dentro de meus armários internos, aquelas coisas empoeiradas que sempre deixo pra limpar depois. Toda vez que tenho que abrir uma porta de armário pra tirar algo que vou usar, penso que estou tendo a oportunidade de abrir portas dentro de mim. No silêncio que aqui reina, com o som do mar ao fundo, estou tendo a chance de identificar para onde direciono os meus próprios boicotes diários.

Um dia desses na aula de renda, conversando com uma aluna nova - eu falando sobre as buchudas - ela me perguntou com que eu trabalhava e eu disse que trabalho com mulheres grávidas e com resgate de ancestralidade. Estas últimas palavras sairam da minha boca sem nem ao menos eu pensar; quando as entoei, senti o peso das mesmas e me perguntei se eu estava preparada realmente para isto. A gente acha que nunca está pronta e de fato nunca estamos e nem estaremos, a vida é um eterno aprendizado. Mas o fato de ter dito isto me fez refletir: resgate de que ancestralidade e de quem? Porque a sensação que ás vezes tenho é que estou constantemente resgatando a mim mesma quando me encontro com os poços de sabedoria infinita que por aí existem (Graças á Deusa). E eu sei que é exatamente isto! O trabalho que se estende pro Outro nada mais é que um aprimorar-se individual. Quando mais perto da luz, caminhando na estrada que é nossa, maior é a sombra apresentada para ser transformada.

Nossos processos cármicos estão intricados com os carmas das pessoas que se apresentam em nossos caminhos, e muitas vezes elas nos ajudam a aliviar nossa cesta de carga sem nem ao menos se darem conta, e outras vezes elas carregam ainda mais esta cesta, estimulando a manifestação de nossas sombras simplesmente para que não esqueçamos que somos feitos dos dois extremos: imperfeitamente luz e escuridão. 

Estou aprendendo a arte de partejar e na grande teia da vida, que é este plano e para além dele, os nossos compromissos são assumidos antes mesmos de encarnarmos e sempre com um propósito maior. A minha teia individual se cruza com a teia de outra pessoa exatamente neste ponto, e eu estarei aliviando a cesta de carga dela a medida que caminhar pela estrada que é minha. Isto me traz ainda mais a certeza do compromisso que possuo e acho que já é hora de assumí-lo, abraçá-lo e honrá-lo.

Assim como as teias, as cestas são feitas de tramas. Quando bem trançadas, resistem muito peso e duram uma encarnada inteira. Cada pessoa possui uma cesta de carga onde carrega exatamente o quê pode carregar. Cada um coloca o que for de seu agrado e necessidade lá dentro e assume as cargas que trouxe consigo de outras vidas. Cada um sabe seu limite individual. Cada um sabe onde deve pendurá-la. Cada um decora ela da forma que melhor quiser. Pode acontecer da cesta ficar pesada, da gente querer carregar peso que não é nosso, ou então de querermos depositar nossos pesos nas cestas de outros; eu mesma fiz e ainda faço isto, mas devagarzinho acha-se o peso certo para a medida correta. Talvez dure uma vida inteira pra isto, ou mais de uma, o importante é não parar a busca!

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